Ex-ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, participa de evento da APMP em homenagem às mulheres

Nesta quinta-feira (07) a ex-ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, participou do evento da Associação Paraibana do Ministério Público (APMP), em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. A desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) contou um pouco da sua trajetória riquíssima no âmbito do Poder Judiciário brasileiro e partilhou os desafios que encontrou nessa jornada enquanto mulher preta e da periferia. Representatividade, luta, emoção e determinação marcaram o discurso da magistrada.

“O segredo para não ter desistido no decorrer desses anos em meio à tudo que vivenciei, foi a ousadia. Porque sou mulher preta, da periferia, mas competente e muito ousada. Do ponto de vista da representatividade de gênero na Justiça, ainda tem muita coisa a ser feita e, enquanto eu estiver viva, se me derem oportunidade, posso e vou colaborar com algumas ideias”, disse.

A desembargadora agradeceu o convite da APMP para participar do talk intitulado “Protagonismo Feminino: uma história de lutas e vitórias”. “Estar aqui na Paraíba hoje é uma alegria imensurável, foi um convite irrecusável na verdade, porque é um Estado que sempre me acolheu. Sempre que vim aqui tive boas lembranças e hoje me encontrar com o pessoal do Ministério Público, é muito gratificante. Sem o Ministério Público ninguém vive, porque não existe Justiça e hoje foi um dia de realização de sonhos”, reiterou.

Compuseram a mesa do talk a debatedora Deluse Amaral, presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco e presidente da Comissão de Mulheres da CONAMP; a vice-presidente da APMP, a promotora Ana Maria França; e a promotora Anitta Rocha, primeira vice-presidente da Associação. “É preciso agradecer a Dra. Luislinda por sua palestra, sua história de vida. São mulheres como ela que fizeram com que nós pudéssemos estar onde nós estamos hoje. A resistência, a resiliência e eu tenho certeza que não conseguiu contar nem a metade do que passou para chegar a esse cargo de desembargadora”, destacou a promotora Ana Maria França.

“Todas nós que chegamos ao cargo de promotora de Justiça, naturalmente passamos por dificuldades, mas quando a gente escuta um relato como esse, uma história de desafios, de descriminação. Mesmo como juíza de Direito, enfrentou barreiras para exercer o seu trabalho. Foi preciso lutar muito para conseguir essa tão almejada vaga, parabenizamos e agradecemos por sua partilha”, destacou a promotora Anitta Rocha.

O presidente da APMP, o promotor Leonardo Quintans, ressaltou a importância do fomento à igualdade de gênero na sociedade e agradeceu a presença da ex-ministra. “O Ministério Público tem que, cada vez mais, levantar a bandeira da representatividade, dar exemplo na verdade, para que a gente consiga fazer uma sociedade mais igual. Uma honra ter Dra. Luislinda hoje aqui conosco, nos brindando com essa história de vida fantástica, de muitas lutas e vitórias. Estamos diante da primeira juíza negra do Brasil e para chegar a esse posto ela lutou muito”, destacou.

O procurador-geral de Justiça da Paraíba, Antônio Hortêncio da Rocha Neto, também prestigiou o evento. Em sua fala destacou os esforços do Ministério Público da Paraíba (MPPB) para garantir uma maior representatividade feminina no âmbito de atuação do órgão. “Temos buscado cada vez mais fomentar essa igualdade dentro da instituição, ampliando os espaços das mulheres, promotoras e procuradoras na região, buscando a diversidade. Parabenizo a APMP, em nome de Dr. Leonardo, por mais uma vez proporcionar um encontro rico, com todas as associadas e companheiras de associados se fazendo presente”, ressaltou.

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