Ciências verdes na escola

Sobre este exame vale ressaltar que a OCDE o aplica a cada três anos em 57 países, incluindo o Brasil. A rigor, ele se propõe a comparar o desempenho de alunos de 15 anos de escolas públicas e particulares, em Língua Portuguesa, Matemática e Ciências, disciplinas consideradas básicas para medir o nível efetivo de conhecimento adquirido na escola.  A versão mais recente, realizada em 2006, enfatizou o aprendizado de Ciências. E desta vez, em caráter inédito, estruturou-se em questões relacionadas aos temas da conservação ambiental, do aquecimento global, da poluição e das novas fontes de energia alternativas ao petróleo.

No Brasil, o resultado foi uma catástrofe: 37% dos estudantes testados não obtiveram o nível mínimo de conhecimento exigido. Apenas 5% atingiram as notas máximas. Entre as 57 nações testadas, o País ficou na nada confortável posição de número 54, à frente apenas do Azerbaijão, do Quirgistão e do Qatar, países que estão longe de figurar entre os mais expressivas do mundo.  Uma lástima. Apenas para efeito de comparação, a Finlândia, primeira no ranking do PISA, contou com 6% dos estudantes no nível mínimo e 25%, no máximo. A média dos países pesquisados ficou em 16% no nível mais baixo e 19%, no mais alto.

Fosse integrante de uma classe global, o estudante brasileiro estaria entre os últimos de uma turma que tem como melhores alunos, além de Finlândia, Hong Kong, Estônia, Canadá, Taiwan, Japão, Austrália, Holanda e Coréia do Sul. Outra constatação lamentável que não diminui, embora atenue pelo porte da companhia, o constrangimento das nossas notas vermelhas: países integrantes do G20 como a França, os Estados Unidos e a Itália também ficaram abaixo da média mundial.

Louvável a decisão da OCDE de tomar as questões ambientais  como base do provão de Ciências do PISA. Ao fazê-lo, a organização ligada às Nações Unidas  certamente pretendeu dar ao tema a sua devida importância, reconhecendo que ele se insere entre as grandes preocupações da humanidade na primeira década deste século. Mais do que isso, quis mostrar quão necessário se faz capacitar os jovens para que compreendam a complexidade sistêmica do assunto e enfrentem melhor os desafios contemporâneos  que advirão das mudanças climáticas e seus impactos locais e globais. Afinal, a seguir o atual curso de fatos, caberá a eles