Promotora integrante da Comissão de Mulheres da APMP receberá premiação do Senado
A promotora Dulcerita Alves, teve seu trabalho de combate à violência contra a mulher na Paraíba reconhecido e receberá o Diploma Bertha Lutz, do Senado Federal. A homenagem é uma propositura da senadora paraibana Daniella Ribeiro e será entregue no próximo dia 6 de março, no Plenário do Senado.
O diploma é responsável por premiar anualmente pessoas que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no Brasil, em qualquer área de atuação. A promotora, que integra a Comissão de Mulheres da Associação Paraibana do Ministério Público (APMP), lembrou um pouco da sua trajetória na área e a importância desse reconhecimento no cenário nacional.
“Estou muito feliz porque, do Brasil, apenas duas promotoras receberam esse reconhecimento do Senado, serei a terceira. Trabalhar no combate à violência doméstica acabou sendo uma missão para mim. Me apaixonei pela área, porque percebi que só prender, só focar na repressão dos crimes de violência doméstica, não ia resultar em mudança efetiva nos comportamentos. Então me engajei mais. Fui convidada para uma missão na Espanha, onde pude conhecer a violência doméstica no país e como eles a combatiam lá. O Projeto que fui gestora, o Refletir, em dezembro do ano passado, também recebeu reconhecimento nacional por boas práticas a serem replicadas em outros Estados neste âmbito”, destacou.
Sobre a promotora – Natural de Natal (RN), tem atuação no Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2001. Além de integrante da Comissão de Mulheres da APMP, também é membra colaboradora em vários Grupos de Trabalho no Conselho Nacional do Ministério Público, dentre eles o grupo que está elaborando o Protocolo de Atuação com Perspectiva de Gênero no Ministério Público brasileiro. Dulcerita conta que não esperava atuar na área de combate à violência contra à mulher.
“Comecei por acaso. Eu era promotora auxiliar e como havia muitos processos na violência doméstica e precisava de um promotor para atuar conjuntamente com a titular, fui trabalhar temporariamente na Violência Doméstica. Deste atuar “temporário”, fui ficando e comecei a me especializar na área, passei a fazer cursos, inclusive no exterior. Na Itália, Espanha, Portugal e acabei me envolvendo mais com a área. Fiz mestrado em Violência Doméstica e o meu estudo virou um Projeto de Lei que está na Câmara dos Deputados, com autoria de Gervásio Maia. Uma coisa foi puxando a outra, fiz os projetos, os grupos reflexivos para homens e os grupos operativos para mulheres vítimas de violência doméstica. Até hoje colhemos frutos dessa prática exitosa. Tenho muito orgulho de tudo que construí durante essa trajetória e esse prêmio me faz ter mais vontade de lutar pela causa”, conta.
“É uma grande alegria para a APMP ver uma associada que atua na entidade no âmbito da defesa da mulher receber destaque nacional. A nossa gestão, desde a formação da Diretoria, tem forte destaque para o tema e apoia integralmente as iniciativas e ações da Comissão de Mulheres, local e nacionalmente”, destacou o presidente da APMP, Leonardo Quintans.