Em mobilização, MP e Judiciário repudiam tentativa do Congresso de paralisar combate à corrupção

Membros do Ministério Público e magistrados se reuniram nesta quinta-feira no Fórum Civil, nas cidades de João Pessoa e Campina Grande, em uma mobilização para enfatizar o repúdio à tentativa do Congresso Nacional de paralisar as investigações e operações, em vigor no país, que combatem à corrupção, e de tentar intimidar e inibir a independência do Judiciário e o poder investigatório do Ministério Público.

“O objetivo maior da mobilização é mostrar a população a nossa preocupação com esta manobra que está em curso no Congresso Nacional contra o projeto de iniciativa popular de combate à corrupção. Nós queremos chamar a população para esta luta e mostrar que o MP e o Judiciário não estão preocupados consigo mesmo, mas com a sociedade, para vedarmos juntos este retrocesso do estado Brasileiro e da nossa democracia”, destacou o promotor de Justiça e diretor Jurídico da Associação Paraibana do Ministério Público (APMP), Leonardo Quintans.

Além de João Pessoa e Campina, a mobilização aconteceu pela manhã em Sousa, Patos e Guarabira. O ato local acompanha uma série de ações que ocorre em todo o país por entidades representativas do Ministério Público e do Judiciário e tem por objetivo alertar a sociedade para propostas como PL 4.850/2016, que trata do abuso de autoridade, aprovado, na madrugada desta quarta-feira (30) pela Câmara Federal, e que teve várias emendas, as quais, além de retirar a possibilidade de aprimorar o combate à corrupção, houve a inclusão de proposta que coloca em risco o funcionamento do MP e Judiciário.

Representantes de associações de todo o país estão em Brasília em uma mobilização semelhante, acompanhando a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), que realizou o ato na marquise do salão branco do Supremo Tribunal Federal (STF). A mobilização também acontece nos estados de Alagoas, Amapá, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

“O pacote anticorrupção enviado ao Congresso, apoiado por mais de 2 milhões de assinaturas de brasileiros, dentre eles 42 mil paraibanos, foi desvirtuado. Estamos aqui para manifestar nosso repúdio e indignação, reafirmando à sociedade que nos reunirmos para fortalecer a luta contra a criminalidade e para permanecer apurando e julgando, sempre, com independência”, disse o 1º vice-presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB), o juiz Max Nunes de França, em seu discurso.

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